A Trança - livro
Nada melhor que uma leitura leve e ao mesmo tempo interessante pra retomar o hábito da leitura, né? Demorei pra pegar num livro esse ano, mas finalmente decidi mudar o quadro e dentre os vários títulos na minha lista no Amazon, 'A Trança' sempre chamava a minha atenção. Quando uma boa promoção apareceu, não pensei duas vezes. Gostei muito do livro e quero te contar o porquê.
Resumo: Smita é uma intocável, membro do grupo abaixo da casta mais inferior da Índia. Seu grande sonho é ver a filha escapar da condição miserável em que vivem e ter acesso a educação formal. Na Sicília, Giulia trabalha como ajudante na oficina do pai. Mas, quando ele sofre um acidente e ela precisa assumir o comando, logo percebe que o negócio está a beira da ruína. No Canadá, Sarah é uma advogada renomada. Quando está prestes a ser promovida a chefe no escritório em que trabalha, descobre estar gravemente doente.
Sem saber que estão conectadas por suas questões mais íntimas, Smita, Giulia e Sarah recusam o destino que lhes está reservado e decidem lutar contra ele. Vibrantes, suas histórias remontam a uma imensa gama de emoções muito familiares e que, por isso, tecem uma trama que fala sobre dois aspectos essenciais de nossas vidas: esperança e solidariedade.
Pelo resumo eu imaginava que o livro seria maior e denso, mas é uma leitura rápida, de poucas páginas, que você consegue terminar num dia só. O que não significa que o livro seja "bobo". Mesmo que a Laetitia Colombani escreva de forma leve, a história é capaz de tocar o leitor desde o primeiro capítulo.
A história da Smita foi a que mais me chamou atenção (hoje mesmo estava contando sobre o que li sobre ser uma mulher indiana dalit), aliás acho pouco provável ler sobre essa personagem e não ficar perplexa ao espiar o que tem pra fora da nossa bolha. Já conheço um pouco da cultura indiana, do que pude aprender com alguns conteúdos do Netflix - principalmente com o documentário 'Absorvendo o Tabu' (indicado ao Oscar), que conta sobre a produção de absorventes na Índia apesar dessa questão ser um grande tabu; o documentário 'Daughters of Destiny', sobre uma escola destinada à meninas indianas que nasceram em condições de nenhuma perspectiva e o filme 'Tigre Branco', que apesar de ser uma ficção, mostra sobre questões culturais do país. Inclusive indico muito todos esses - mas ainda assim, enquanto lia queria me iludir de que autora fantasiou e criou coisas que não existem na vida real, porque não é possível - ou não devia ser!
Cada uma dessas três protagonistas vivem em continentes diferentes, vidas completamente diferentes e mesmo apresentando dificuldades completamente diferentes, elas se unem de forma sutil ao final do livro. Confesso que a certa altura fui percebendo como se daria a formação dessa trança, mas a autora conduziu muito bem e o desfecho foi bem bonito.
O livro é um grande sucesso e foi traduzido pra mais de 30 idiomas, além de já ter sido noticiado que os direitos foram comprados e em breve teremos uma versão da história para o cinema. Aguardando ansiosa e curiosa pra conhecer as atrizes que farão Sarah, Giulia e Smita.
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