Extraordinário - Livro

maio 08, 2016

Já presenteei uma amiga com este livro tempos atrás e ela disse que eu realmente sabia escolher livros. Coloquei ele com a #achados no Instagram do blog e teve comentário carinhoso a seu respeito. O trouxe pra casa.

E, sinceramente, não sei como começar a falar dessa obra.

R.J. Palacio escreve sobre Auggie, um garoto de 10 anos que devido a deformidade em seu rosto enfrenta muitas dificuldades durante toda a sua existência. Todas relacionadas ao preconceito e o que ele acarreta.
Auggie tem uma família amorosa, uma cadelinha que o adora e alguns amigos, mas isso não garante ao menino uma vida normal - a sua aparência não o permite.
Desta vez, o desafio do garoto é frequentar uma escola comum - e ele sabe como as crianças podem ser maldosas. É durante essa transição, que vamos conhecendo mais a respeito dos personagens. Sobre o ser humano, julgamentos e gentileza.

Trechos:

"A única razão de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma."
"Mais gentil que o necessário, Porque não basta ser gentil. Devemos ser mais gentis do que precisamos [...] E, se fizerem isso, se forem apenas um pouco mais gentis que o necessário, alguém, em algum lugar, algum dia, poderá reconhecer em vocês, em cada um de vocês, a face de Deus."
"É engraçado como às vezes nos preocupamos muito com uma coisa e ela acaba não sendo nem um pouco importante."
"Não, não é tudo um acaso. Se fosse, o universo nos abandonaria à própria sorte, e o universo não faz isso. Ele cuida das suas criações mais frágeis de formas que não vemos."

O surpreendente neste livro é que não se tem somente a visão do personagem principal e sua problemática, mas a de todos os principais personagens. O que nos dá a possibilidade de analisar como cada um encara a deficiência do Auggie e a convivência com ele.
Além disso, todo o texto, como tudo olhado apenas por uma perspectiva, nos induz a certos julgamentos e, quando conhecemos o lado da moeda de cada um, acaba nos trazendo o sentimento de empatia.

Auggie é um garoto de 10 anos e tem as dores e sabores de sua idade. Sua deformidade o torna vítima, algumas vezes de si mesmo. O que é absolutamente real, sentir e sofrer um problema que se tem.
Mas ele continua sendo um garoto de 10 anos. E a sua personalidade cativante transcende a sua aparência.

O livro é lindo, muito bem escrito, sensível de uma forma crítica e acaba sendo uma grande lição. Durante a leitura, por várias vezes pensei que seria ótimo ter uma adaptação dele para o cinema. Espero que aconteça!

Por fim, retomo um trecho dos mais impactantes e reflexivos que já li nos últimos tempos: 
"E, se fizerem isso, se forem apenas um pouco mais gentis que o necessário, alguém, em algum lugar, algum dia, poderá reconhecer em vocês, em cada um de vocês, a face de Deus."
É isso! É simplesmente isso. Ser gentil é a tradução do "Amor ao Próximo". Tudo que uma pessoa precisa num momento pode, simplesmente, ser um ato de gentileza da outra parte. E quando se recebe esse ato, naturalmente há uma sensação de gratidão não necessariamente e somente a quem nos foi gentil. Vai além. 
  



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