A Bela e A Fera que você ainda não viu

abril 13, 2016



Mesmo não sendo o meu favorito, sei que é o filme de melhor roteiro e o mais bonito da Disney. Essa sempre foi a minha opinião.
Mas a minha visão e compreensão de hoje me fizeram perceber o que nunca fora notado por mim.

O Cinemark às vezes exibe clássicos Disney, e dessa vez eu fui assistir A Bela e a Fera em 3D. Uau!
Foi uma ótima escolha! Vamos ver o porquê?

Pra quem não lembra...


Sinopse: Uma senhora bem idosa e com aparência horrível bate na porta de um castelo à procura de abrigo numa tempestade, oferecendo uma rosa em troca. O príncipe, um mimado e egoísta, recusa ajuda àquela criatura tão horrenda.
A velha se transforma em uma linda feiticeira e amaldiçoa o príncipe. Então, se até os seus 21 anos, ele não amar e for correspondido, estará preso no corpo de uma fera para sempre.
Enquanto isso, vive numa simples aldeia a jovem Bela, filha de um inventor, apaixonada por literatura, mas que não se encontra naquele lugar. Um dia o seu pai se perde na floresta e, ao procurar abrigo, encontra o castelo da Fera, que o aprisiona.
Bela encontra o seu pai e se oferece em lugar dele como sacrifício. A partir de então, a Bela e a Fera terão que conviver. E essa convivência poderá despertar sentimentos em ambos.


O que fica do filme e o que eu tinha em mente até então era: As aparências não importam.

Ok, mas... Tem muita coisa que só agora pude compreender. E vou fazer um resumão do filme com esses trechos que achei tão significativos e acho que vc também vai gostar!


Em curiosidades sobre o filme, vi que Bela é a única personagem que usa azul na aldeia, para mostrar que ela é mesmo diferente. Na primeira canção, na abertura do filme, os personagens cantam que não entendem o jeito dela e demonstram não dar a mesma importância que ela pela leitura. Ela, incompreendida, se sente sozinha.
Bela é filha de um inventor, alguém que preza pelo conhecimento, que precisa estudar, ligado às ciências e literatura. Isso de fato influencia no interesse e hábito da leitura de Bela. Os hábitos dos pais não determinam, mas influenciam os seus filhos.



Na aldeia existe um homem, Gaston, que é o símbolo do "machão": forte, caçador, bom de briga, desejado pelas mulheres e admirado pelos homens. Gaston quer Bela.
Em momentos juntos, ele critica os seus livros, intrigado em como alguém pode ler aquilo se não tem gravuras.
Ele não é necessariamente culto, não é? Ok. Porém ele é o completo oposto da Bela. Aí não dá!

Tem mais. Gaston pede a Bela em casamento dizendo que teriam vários filhos iguais a ele e, quando voltasse das batalhas, a sopa estaria pronta e ela faria massagem nos seus pés.
Aiaiai!

Em um diálogo mais a frente, Gaston me surpreende afirmando algo como " Você não deveria ler. Mulher que lê começa a pensar, ter ideias!". Meu Deus do céu!! Ele não é o símbolo do machão, mas do machista!


Mas a Bela conhece a Fera, e não é spoiler dizer que eles formarão um casal. E qual o presente que a Fera dá para a Bela? Uma biblioteca. Sim, uma biblioteca! Enquanto o machão lá ignora e recrimina a sua paixão, a Fera incentiva e proporciona vivenciá-la ao máximo!


- Babi, nunca tinha reparado nisso, mas ainda acho que a Bela poderia ser mais protagonista da sua história, não precisar de príncipe algum, ser a diferentona! 


Ela é!
A Bela lê onde e quando ninguém dá a menor importância. Incentiva o seu pai mesmo quando todos o tratam como maluco. Admite que o Gaston tem qualidades, mas que não é pra ela. Dispensa os galanteios do partido mais cobiçado da aldeia, consequentemente o cargo de "primeira dama". Se sacrifica pelo pai. Sabe separar a mágoa que sente da Fera (devido o cativeiro) dos demais moradores do castelo. Ajuda a Fera a ser melhor com os outros e consigo mesma. Trata com amor quem nem sabe o que isso significa. 

Não sei você, mas acho isso grandioso!

- Mas Babi, e a Fera? Bela faz tudo pela Fera? Ai que mulherzinha mais mulherzinha!



A Fera aprende a conviver com a Bela. Descobre seus interesses para agradá-la. Descobre seu comportamento para cortejá-la. Abre mão do seu próprio interesse (quebra da maldição) por amor, deixando Bela ir socorrer o seu pai. Dá à Bela seu é o único meio com qual ele pode ter contato com  mundo exterior para que ela possa ajudar o seu pai.

Este é um filme de 1991 que tem um enredo muito mais inteligente que os dos filmes atuais, em que os príncipes são tão rasos e problemáticos, mas a princesa tem que aceitá-lo mesmo assim porque ela é "a cara" e vai dando umas "polidas nele", como cantado em Frozen. Não sei vc, mas.. Eu não quero um homem pra ter que fazer remedas. Assim como acredito que um homem não queria a mim pra fazer o mesmo. Não é bem assim que a banda toca...

Príncipe pra mim existe. Não o ser perfeito que vem num cavalo branco - esse aí é Jesus Cristo no apocalipse. Mas um cara com defeitos e qualidades que acabam sendo compatíveis e valendo a pena, que te ama e valoriza o que vc ama, te incentiva, apóia, ajuda e se doa quando preciso. Vc pode denominar de outra forma, eu chamo de príncipe por causa da Disney, sim. #cadaumnoseuquadrado


Bela não é apenas uma mocinha inerte como se diz das princesas Disney. Bela é diferente. Ela tem uma vida, uma história, sonhos, aspirações de algo maior, cuidado e amor com os seus, sede de conhecimento, vontade de ser alguém, determinação pra traçar ela mesma o seu próprio destino, e deseja ter um par pra compartilhar tudo isso sim. Vc não?



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